quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quem é vivo sempre aparece.

E cá estou eu, de novo. Devo dizer que desapareci por totalmente falta de tempo. Como há alguns meses, minha vida está sendo atacada por turbilhões de coisas... vou recapitular, um por um, para que todos possam se situar novamente na minha vida. Tumultuada. E que sim... daria um livro.

Aborto, emprego, risco, gravidez, Andrey, aborto...
Pois é... as minhas últimas notícias falavam sobre o meu aborto. Fase difícil aquela, viu? Depois disso... segui minha vida. Chacoalhei o corpo, levantei a poeira e fui procurar emprego. Como a crise pegou em cheio a economia japonesa... essa tarefa foi um tanto difícil. Não há vagas. E quando têm, não entro nos padrões exigidos. Mas entre tantos telefonemas, consegui um. Há uns 40 minutos de trem daqui e mais 40 a pé. Aceitei. Salário bom, serviço razoavelmente fácil.
O único problema é que eles não tinham avisado que o serviço não era exatamente naquela cidade e que eu teria que me mudar. Sim e pra bem longe da minha casa.
Não, não dava. Pô, como lidar com a distância com o Douglas
? Apesar de precisar juntar dinheiro porque queríamos ir embora, não dava. E rejeitei a proposta.

Estava novamente desempregada. Mas já na mesma semana encontrei outra vaga e comecei a trabalhar. Assim como toda empresa, tive que fazer exames rotineiros na admissão. Só que pra nossa surpresa veio um aviso do hospital pedindo para que retornasse para refazer os exames e que provavelmente eu estaria... grávida.

Ahn, como assim?

Pois é. Depois do susto, logo pensei... Foi Deus que me deu outra benção... Ele viu que fiquei tão triste... mas pasmem novamente. Não, não era uma outra benção, era a MESMA benção. O médico e sua equipe ERRARAM e não fizeram o aborto. A sindicância está aberta e o caso está sendo investigado, mas a suspeita é que apenas deram remédios para parar a hemorragia e não fizeram curetagem, nem nada.

Como eu havia sido sedada e cheguei ainda dormindo em casa, não posso falar nada. O meu amigo que me acompanhou durante toda a estadia no hospital só conseguiu entrar em contato comigo quando estava qse para sair. Ou seja, estavámos todos de mãos atadas para entender o que realmente aconteceu.

Pois é. Grávida!!! Meu bebê resistiu a tudo... e lutou bravamente. A gravidez era de risco, mas naquele instante se tornara muito mais.

Tive que parar de trabalhar... repouso absoluto. Apesar de interromper todos os planos, eu e o Douglas estávamos felizes e muito orgulhosos do nosso guerreiro!!! Quando soubemos o sexo, ele escolheu o nome: Andrey Kendi Akagi.

Tudo estava tão bem. Mas a cada exame realizado, mais preocupação surgia. O coraçãozinho do Andrey estava muito fraco. Eu rezava, pedia a Deus que fortalecesse o coração dele para aguentar firme...

Vou resumir a história porque ainda é penoso pra mim.

Mas no último dia 19... o nosso Andrey não aguentou. O coração dele estava fraco, ele não tinha mais forças para se nutrir... e virou um anjinho que está a cuidar de todos nós. Tô sofrendo, tá difícil demais.

Eu já tinha ouvido o coração... visto e sentido ele se mexer... mesmo sem ter visto ainda, ele já era meu filho amado... e dói lembrar que daqui alguns meses ele não estará aqui. E que não, eu não serei mãe.